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And Then Nothing Turned Itself Inside Out - Yo La Tengo[]

Apesar do Yo La Tengo existir desde 1984, tendo consolidado sua importância no cenário alternativo norte-americano em 1993, com o disco Painful, foi apenas no ano 2000 que os fãs da banda foram capazes de pôr suas mãos em versões nacionais dos discos, através do famigerado selo Trama. Além de ter sido uma alegria para os antigos apreciadores do conjunto foi também uma oportunidade para aqueles seres infelizes que não conheciam o Yo La Tengo até então (como eu) ouvirem e se apaixonarem por esta espetacular banda.

Apesar de não trocarem de formação desde o início da década passada; mantendo o baixista James McNew (ex-Christmas) ao lado do casal Ira Kaplan (guitarra/vocais) e Georgia Hubley (bateria/vocais); este disco; último full-lenght deles, seguido apenas do EP Danelectro; de 2000, vai muito além do que se esperava do trio.

Músicas extremamente climáticas (conceituais, em certos momentos, eu diria); como a de abertura, "Everyday", "Last Days Of Disco", "From Black To Blue", e "Night Falls On Hoboken", que encerra o disco repetindo de maneira enfadonha um riff de baixo por 13 minutos; opõe-se à canções pop bubblegum genialmente grudentas, como "Let's Save Tony Orlando's House" (com seu hipnótico Orgão), "Our Way To Fall", "Madeline", e "You Can Have It All" (que possuiu um corinho que nos impinge a cantar junto, ESPETACULAR). Há espaço ainda para baladas, como é o caso da BELÍSSIMA "Tears Are In Your Eyes" e "The Crying Of Lot G". Finalmente, temos as SURPREENDENTES "Saturday" e "Tired Hippo" (esta última instrumental), que soam, para mim, como triphop, com direito a bateria programada, baixos jazzísticos/marcantes, efeitinhos e o caralho a quatro. Faltou falar de uma música... Certo? Sim! "Cheery Chapstick"! Esta faixa aparece lá pelo meio do álbum só para nos lembrar de como era o Yo La Tengo, antes deste álbum. Possui um formato próximo à uma canção do Sonic Youth de Daydream Nation (até o vocal de Ira lembra o de Thurston Moore), e - graças ao bom deus - um solo entupido de feedback e overdrive tosco, afinal, ninguém é de ferro, e todos queremos um pouco de ROCK.

Refrator | Música
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